sábado, 14 de novembro de 2009

Mulher Deitada*



Na sintaxe
do texto
ou
na sintaxe
das
cores
,
nos traços,
na tela

Digo a mesma coisa?

As palavras lidas estavam no papel
...ou na mente?

Posso contar a mesma história
com palavras
no texto,

traços e cores no desenho
ou imagens em movimento no cinema?

Onde está a arte?
Atrás do projetor? Na frente?

...talvez
me recriando da platéia?

Eu danço para me escrever no texto da tua retina...
ou para que tu leias minha dança na moldura do teu desejo?

O sentido está na obra de arte ou na tua mente?
...ou estava na minha?


Quem fez a pintura,
eu, quando a pintei
...ou tu, quando a observaste pela primeira vez?

O que tu vês
é a pintura que pintei com meus pincéis
ou a pintura que pintaste
na tua mente

a partir da pintura que pintei ?

* Esse é um desenho que nasceu grafite, depois virou pintura, deu origem ao conto "L'homme et le corps", que virou "O homem e o corpo" e agora está tentando se transformar em roteiro de curta-metragem.

3 comentários:

Unknown disse...

Acho que possível essas coisas estarem em todos os lugares, a arte, os significados. Transitando lá e cá.
Não pertecem a lugar nenhum. se pertecer, perde a graça.

Anônimo disse...

Eu consegui ver foi tudo que tu conseguistes fazer
e a nossa liberdade é o que nos prende, no tempo e na história.

Gu Pessoa disse...

Bom, segundo a Teoria das Comunicações, na comunicação há algo emitido por alguém que chega em outro alguém.
Segundo Deleuze, na arte não existe comunicação, a obra de arte não comunica nada, não tem em si nenhuma informação.
É um blablabla teórico.
Mas que diferença faz?
Você não tem o mínomo controle sobre nada disso.
Coloca pra fora.
A arte está no trânsito, não de onde sai e aonde pára.
Da vida, você quer levar os dias do seu nascimento e da sua morte ou o que aconteceu entre essas datas?